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domingo, 11 de outubro de 2020

Patrocínio - Fabiano Fernandes Garcez - Livro de Poesias: Badaladas de uma Preliminar

Produto: Livro de Poesias

Badaladas de uma Preliminar - Editora Primata - 315 Páginas

Fabiano Fernandes Garcez - Poeta e Escritor Paulista 








Valor do Investimento: R$ 45,00 (+ Despesa de Frete - SEDEX 10)

Forma de Pagamento - Depósito Bancário: Banco do Brasil

Agência: 7052-1     CC.: 106591-2                                           



Apresentação...

Conheci Fabiano Garcez há pouco mais de dois anos, fevereiro de 2018, num bar da Parada Inglesa, zona norte paulistana. Ele e César Borges, seu antigo professor e também poeta, aguardavam o dono da casa para conversarem sobre a disponibilização do espaço para um sarau litero-musical a ser realizado mensalmente. Sarau? Palavra mágica que me impulsionou até os dois, entre curioso e ansioso. Dois meses depois, ou seja, em abril, a primeira edição do sarau foi um sucesso. Ali mantive contato pela primeira vez com a poesia de Fabiano, “se Jesus voltasse hoje...”, declamava do pequeno tablado do bar, as condicionantes sociais e políticas de uma eventual volta de Cristo. Mas poesia, não raro, é uma armadilha. Poesia e poeta têm que ser a cara de um e o focinho do outro, e eu não via o poeta tão a cara do poema. Claro que isso era um problema meu e só a mim cabia resolver. E resolvi quando vi no noticiário da tv uma certa cena protagonizada pelo poeta. Naquele momento, poeta e poema se tornaram gêmeos univitelinos. Poesia é assim, não deixa por menos e só acrescenta.

Quando Fabiano me convidou para escrever a orelha desta compilação, aceitei de pronto, sem titubear, principalmente para atestar e sacramentar a admiração que tenho por ele, e que foi deflagrada por um gesto de engajamento, um gesto que fez do professor um poeta em ação. Pois bem, poeta, professor e obra devidamente situados na minha percepção, me permitem alinhavar algumas considerações sobre o conteúdo que aguarda você, leitor. Trata-se da reunião de poemas constantes dos três primeiros livros do poeta, a saber, “Poesia se é que há” (ANO, editora), “Diálogos que ainda restam” (2014, Penalux), “Rastros para um testamento” (2013, Penalux) e mais alguns poemas elencados em coletâneas e revistas virtuais e impressas. Material de peso que, certamente, estabelecerá novas conexões e angariará novos leitores. Além do que, quem ainda não conhece tão a fundo sua obra terá, em um único tomo, a oportunidade de familiarizar-se e saborear conteúdo de nobres ingredientes. Sim, poesia é ofício e alquimia. Poesia conflagra, como no poema Dicotomia (Poesia se é que há), no qual os contrastes gritantes da sociedade de consumo são expostos sem ataduras, enquanto na cobertura empresários discutem sobre a blindagem de seus veículos, não muito longe dali crianças brincam descalças tendo o céu como proteção; ou ainda, quando afirma que a existência de Deus é provada pela inteligência e reflexão humana (Essência de Deus, Diálogos que ainda restam). Poesia conflagra os sentidos que racionalmente se dão às coisas, assim, as garrafas de uma adega são elevadas à potência de agentes transformadoras, pois delas há de ser sorvido todo o conhecimento dos livros (Metáfora, Rastros para um pensamento).  Poesia conflagra quando nos acumulamos de prisões, quando “a gente cria muros, grades, cancelas, guaritas, sistemas, vidros para nos blindar, aí a gente não se dá mais conta”, escancarando as relações travadas num mundo violento e egoísta; conflagra, quando se despe de sutilezas, te prega na parede e evoca espíritos de extremo engajamento, cobrando daqueles que se arvoram burgueses e “arrotam felicidade capitalista parcelada e são felizes porque têm um bom emprego e são cidadãos dito respeitáveis”, um mínimo de compostura social (As contas da gente; Ode ao que se acha burguês, Mediocridade – Antologia Poética, Laranja Original, 2019). E como se não bastasse, a poesia conflagra mesmo quando homenageia a figura humana em toda a sua dimensão política e poética, como nos versos “a poesia quando queima, ecoa potência de uma prece, de uma luta, de uma vida que em todos arde, consome ou explode” (Rubens Jardim – Antologia, Patuá, 2019).

Esta é, pois, a alquimia da poesia, o jardim das delícias, a cozinha arquetípica onde se misturam os mundos. E Fabiano Garcez é um alquimista que transforma alunos em leitores, leitores em frequentadores de saraus, frequentadores em aprendizes, aprendizes em poetas, poetas em professores. Como num circuito que ele também percorreu.

Sérgio Rocha